1.
1. O que é de fato COLESTASE INTRA HEPETICA DA GESTAÇAO?
A Colestase Intrahepática da Gestação (CIG) é uma doença hepática rara de origem multifatorial, associada a fatores genéticos, ambientais e hormonais. A incidência é bastante variável, podendo chegar em média 1% de todas as gestações. Na CIG ocorre uma disfunção dos canais hepáticos de transporte de sais biliares, levando ao acumulo destas substancias e a alterações no funcionamento do figado. Mutações genéticas levam a aumento da sensibilidade dos canais biliares aos hormônios estrógeno e progesterona, presentes em grandes concentrações no sangue de mulheres grávidas. Ocorre no final do segundo e começo do terceiro trimestre, ou seja, em geral a partir de 24-26 semanas.
2. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA DOENÇA?
Os principais sintomas são o prurido (coceira), que pode acometer inicialmente a palma das mãos e a sola dos pés, tornando-se generalizado e provocando muito desconforto para a mãe. Mal estar, cansaço e perda do apetite podem ocorrer. Em casos mais severos, icterícia e distúrbios digestivos também podem ocorrer.
3. COMO É UMA DOENÇA RARA, MUITOS MÉDICOS TEM DIFICULDADE DE DIAGNOSTICAR A DOENÇA, COMO PODE SER FEITO O DIAGNOSTICO?
O diagnóstico, na maioria das vezes é de exclusão, ou seja, é necessária uma ampla investigação de outras doenças do fígado e das vias biliares. O prurido, que é um sintoma inespecífico e comum a outras condições, associado a alterações de exames de laboratório relacionados ao fígado, e excluídas outras doenças, faz o diagnóstico de CIG.
4. HÁ RISCOS PARA A MAE E PARA O BEBE?
Os riscos maternos são mínimos e na grande maioria dos casos não há repercussões graves ou sequelas de nenhum tipo. Para o feto, no entanto, a CIG aumenta o risco de parto pré-termo (10%), liberação de mecônio com risco de aspiração pulmonar (25%) e de óbito súbito (1-5%). A CIG é cinco vezes mais frequente em gestações gemelares que em gestações únicas e também há maior ocorrência familiar.
5. QUAL A PORCENTAGEM DE SE DESENVOLVER A COLESTASE EM UMA SEGUNDA GESTAÇAO
Mulheres que tiveram CIG tem risco aumentado de desenvolverem o mesmo quadro em gestações futuras, risco que depende de alterações genéticas predominantemente, podendo chegar a 50% em média.
Dr. Marcelo Luis Nomura
- Mestre e Doutor em Obstetrícia pelo departamento de Tocoginecologia da Universidade Estadual de Campinas;
- Coordenador do Ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco da Secretaria de Saúde e Maternidade de Campinas;
- Médico assistente do CAISM-UNICAMP;
- Especialista em Medicina Fetal pela FEBRASGO;
- Membro da comissão nacional de gestação de alto risco da FEBRASGO.
- Coordenador do Ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco da Secretaria de Saúde e Maternidade de Campinas;
- Médico assistente do CAISM-UNICAMP;
- Especialista em Medicina Fetal pela FEBRASGO;
- Membro da comissão nacional de gestação de alto risco da FEBRASGO.
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